Prevenção contra novas pandemia custa 2% dos gastos globais com COVID-19

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A BBC News destacou os resultados de uma pesquisa publicada recentemente na revista Science que argumentou que o custo de prevenir a ocorrência de novas pandemias no mundo é de apenas 2% de todo o valor gasto globalmente até agora na luta contra a COVID-19.

De acordo com o estudo, a cada ano no último século, ao menos dois vírus foram transmitidos de animais para populações humanas. Essas doenças zoológicas incluem o HIV, o H1N1, o Ebola e, mais recentemente, o Sars-CoV-2. A intensificação desse fenômeno se deve em grande parte ao avanço do desmatamento, que aproxima seres humanos e animais silvestres, o que facilita o “salto” do vírus para o organismo humano.

Para impedir que isso continue, os pesquisadores recomendam uma série de estratégias de ação, com investimentos de até US$ 31 bilhões por ano ao longo da próxima década, para monitorar e coibir o comércio de animais silvestres e impedir o desmatamento tropical. O valor é uma fração mínima de todos os gastos feitos até agora para se lidar com a pandemia – que chega na casa dos US$ 20 trilhões, segundo algumas estimativas.

“É batata: você tem desmatamento, tem epidemia [nas populações próximas] logo depois”, disse a pesquisadora Mariana Vale (UFRJ), coautora do estudo. “A malária de fronteira, por exemplo, é característica de áreas de fronteira agrícola quando ocorrem desmatamentos. [A doença] vem do contato com a floresta”. Ela ressalta também que a Amazônia é um “reservatório” de vírus, já que ela abriga uma das maiores biodiversidades do planeta. “A Amazônia é um local de alto risco”.

Como diz o ditado, prevenir é melhor do que remediar.

 

ClimaInfo, 13 de agosto de 2020.

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