Garimpo provoca surto de malária entre indígenas na Amazônia

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Desmatamento, garimpo, malária. Na National Geographic, Jill Langlois fala sobre o aumento da ocorrência dessa doença em Terras Indígenas (TI) no Brasil, um fenômeno que pode ser associado à intensificação do desmatamento e do garimpo nessas áreas. Ela destaca os poços abandonados depois da extração ilegal de ouro, que oferecem as condições ideais para a reprodução do mosquito Anopheles, hospedeiro da malária.

A crise econômica aliada à alta no preço internacional do ouro e a facilidade com que o ouro irregular circula, demonstrando fragilidades tanto na legislação quanto na fiscalização para se coibir fraudes com a certificação de origem do mineral, vêm motivando a expansão da atividade garimpeira na Amazônia como um todo, adentrando cada vez mais áreas de proteção legal, como Unidades de Conservação e Terras Indígenas. A movimentação desses garimpeiros pela floresta faz com que a malária circule com maior facilidade. As maiores vítimas da doença são aqueles mais vulneráveis: os indígenas.

Dessa forma, diversos estados brasileiros registraram aumento recente na taxa de transmissão da malária. No Pará, por exemplo, a transmissão da doença em áreas de mineração aumentou 17,8% no 1º semestre de 2020.

Em tempo: No começo do mês, o Mongabay destacou os resultados de um estudo feito na Guiana que avaliou o impacto da atividade mineradora na capacidade de regeneração natural da Floresta Amazônica. A pesquisa, publicada no Journal of Applied Ecology, descobriu que a recuperação florestal em minas de ouro abandonadas é muito baixa, mesmo depois de três a quatro anos de abandono das minas. Para os pesquisadores, a remoção de nutrientes durante o processo de escavação pode explicar essa regeneração limitada.

 

ClimaInfo, 17 de agosto de 2020.

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