Queimadas no Pantanal destroem maior refúgio de araras-azuis

Pantanal araras-azuis

Os incêndios que atingem o Pantanal estão devastando a fazenda São Francisco do Perigara, um dos maiores santuários de araras-azuis do mundo, que concentra 15% da população livre da espécie ameaçada de extinção.

Na Folha, Fabiano Maisonnave e Lalo de Almeida informam que ao menos 70% de seus 25 mil hectares de vegetação nativa já foram perdidos. Com o fogo queimando a vegetação e afastando o gado, as araras-azuis sofrem para obter comida e manter seus ninhos na região.

Maisonnave relata também a experiência de atravessar a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Sesc Pantanal, que teve ao menos ⅓ de seus 108 mil hectares queimados. “Foi impossível não se emocionar quando encontramos dez macacos-prego calcinados: mãos crispadas, rostos congelados na dor, corpos contorcidos”. Para ele, a falha do Estado vai muito além da omissão que permite a fazendeiros usar o fogo mesmo sob uma das piores secas já enfrentadas pelo Pantanal: “Para combater a tragédia em andamento, o governo federal menosprezou o conhecimento adquirido pelo Ibama e aposta numa operação militar comandada pela Marinha. O resultado é um fetiche pela logística, muito dinheiro mal gasto, jogos de guerra e inexperiência”.

A CNN Brasil também relatou a destruição na fazenda São Francisco do Perigara.

Em tempo 1: Pesquisadores da UFRJ desenvolveram um sistema de monitoramento de incêndios florestais que calcula a extensão de áreas atingidas pelo fogo no Pantanal em tempo quase real. O Alerta de Área Queimada com Monitoramento Estimado por Satélite (ALARMES), do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA), tem como objetivo auxiliar as equipes que atuam no combate às queimadas, em especial as brigadas do PrevFogo do Ibama, parceiras na iniciativa. O Eco traz detalhes sobre esse novo sistema e como ele pode ajudar no combate às queimadas no Pantanal.

Em tempo 2: A falta de chuvas, aliada à fumaça densa causada pelos incêndios florestais no Pantanal, está prejudicando a visibilidade e a qualidade do ar em Cuiabá (MT). Ontem (17/8), a cidade amanheceu encoberta por uma nuvem de fuligem. A umidade relativa do ar estava em 16%, muito abaixo dos 60% considerados como ideais. A última chuva registrada na cidade caiu em 22 de maio.

 

ClimaInfo, 18 de agosto de 2020.

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