Um estudo recente nos EUA reforçou o papel de vegetais perenes em favor da segurança alimentar no contexto da mudança do clima. Esses vegetais possuem ciclos de vida mais longos e, assim, produzem frutos ao longo do ano inteiro, independente da estação climática. O estudo definiu vegetais perenes como plantas lenhosas, vinhas e ervas que vivem três anos ou mais.
Os pesquisadores identificaram 153 espécies com níveis superabundantes de nutrientes, sendo 23 delas com oferta alta de quatro ou mais nutrientes. “Em comparação com as plantações de hortaliças amplamente cultivadas e comercializadas, muitas hortaliças perenes apresentam níveis mais elevados de nutrientes essenciais necessários para tratar deficiências”, apontou o estudo. A lista inclui produtos conhecidos, como alcachofra e aspargo, mas inclui também folhas e flores comestíveis das mais variadas.
O estudo destacou também o potencial que a expansão do cultivo e consumo desses vegetais perenes pode garantir em termos de redução de emissões: um aumento da área cultivada para 26 milhões de hectares até 2050 (hoje, essa área é estimada em 3,3 milhões) poderia armazenar 280,6 milhões de toneladas métricas de CO2eq por ano, quase o mesmo que a eliminação do consumo de carne na dieta dos EUA ou a retirada de 60 milhões de automóveis das ruas.
A Civil Eats dedicou uma análise aprofundada às conclusões da pesquisa.
ClimaInfo, 20 de agosto de 2020.
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