Por que o gás natural não é um combustível limpo?

gás natural

A indústria do gás natural vem se esforçando para convencer os consumidores de que seu combustível é uma alternativa barata e limpa a outras fontes fósseis, como o carvão e o petróleo. O argumento tem sido atraente para alguns governos – entre eles o do Brasil – que, para promover a reforma e o crescimento do setor potencial do gás, afirmam que o gás é um “combustível de transição” para uma economia de baixo carbono.

Nos EUA, a American Petroleum Institute (API) está promovendo uma campanha publicitária com foco nas eleições deste ano, pintando o gás natural com uma opção interessante e de menor impacto sobre o clima. A Reuters fala de como esse lobby tem atuado nos últimos meses, especialmente após a campanha democrata de Joe Biden ter apresentado seu plano de ação climática, plano que prevê investimentos massivos em fontes renováveis de energia. “O gás natural já é limpo, acessível e eficiente – e está melhorando a cada dia”, diz um anúncio da API no Facebook. Outra peça, estampada em um trem no aeroporto de Washington DC, mostra um casal caminhando por uma floresta, com o texto “Graças ao gás natural limpo, os níveis de emissão de CO2 dos EUA são os mais baixos em uma geração”.

Os slogans publicitários não se sustentam em dados científicos. Ainda que a queima de gás natural gere menos gases de efeito estufa em comparação com outros combustíveis fósseis, ele ainda os gera em um volume que inviabiliza o objetivo do Acordo de Paris de conter o aquecimento global em 1,5oC até o final do século. Outro problema é o vazamento de metano, um potente gás de efeito estufa, à atmosfera. A Reuters ouviu especialistas e publicou um panorama informativo sobre os problemas do gás natural como um “combustível limpo”.

 

ClimaInfo, 19 de agosto de 2020.

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