70% da destruição da Mata Atlântica ocorre em apenas 3% dos municípios

Mata Atlântica

Segundo a nova edição do Atlas dos Municípios do SOS Mata Atlântica, a maior parte do desmatamento (71%) observado no bioma entre 2018 e 2019 se concentrou em apenas 100 municípios, meros 3% dos 3,4 mil englobados pelo bioma.

O município piauiense de Manoel Emídio figura no topo da lista, com 879 hectares desmatados, seguido por Gameleiras (MG), com 434 hectares; Canto do Butiri (PI), com 404 hectares; e Novas Laranjeiras (PR), com 332 hectares. Dos 100 municípios apontados pelo levantamento, a maior parte se encontra em Minas Gerais (40), Bahia (23) e Paraná (22).

Na Folha, Ana Carolina Amaral lembrou das tentativas recentes de Salles pela flexibilização da aplicação de multas por crimes ambientais na Mata Atlântica. Salles chegou a publicar uma portaria mudando a interpretação sobre o marco temporal no bioma, abandonando a data de 1993 definida pela Lei da Mata Atlântica em favor da definida pelo Código Florestal (2008), mas acabou suspendendo a decisão e encaminhando ao STF uma ação direta de constitucionalidade (ADC) para esclarecer a questão. Se a mudança pretendida por Salles acontecer, os crimes ambientais cometidos entre essas datas serão anistiados e ficarão sem penalização.

O Atlas indicou também que os maiores desmatamento do bioma na última década aconteceram em anos eleitorais, quando diminui a fiscalização.

O Globo também destacou os principais pontos do Atlas. Já o G1/TV Clube abordou a situação do Piauí, estado de dois dos três municípios com maior taxa de desmatamento no período.

Em tempo: Um incêndio de grandes proporções já destruiu mais de 21 mil hectares do Parque Nacional da Serra da Canastra, no centro-oeste de Minas Gerais. De acordo com os bombeiros, o incêndio começou no último sábado (15/8) e, até ontem, seguia avançando sobre a vegetação ressecada. Ainda não foram identificadas as causas do incêndio, mas suspeita-se de origem criminosa.

 

ClimaInfo, 21 de agosto de 2020.

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