Queimadas Amazônicas: “É como se houvesse vários museus do Louvre sendo destruídos”

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A intensificação das queimadas na Amazônia pode catalisar o processo de interiorização da COVID-19, o que representaria uma ameaça existencial aos Povos Indígenas que vivem na região. O alerta é de Marcos Colón, professor da Universidade Estadual da Flórida.

“A gente está vivendo hoje sob os escombros e estilhaços de uma concepção colonialista da Amazônia que não se importa com as vidas que estão sendo ceifadas, com a floresta que está sendo desnudada”, disse Colón. “O que está em jogo aí é que a gente não perde apenas uma safra, a gente perde a biodiversidade com imensas possibilidades de matrizes de material genético, de potencialidades de cura, coisas que a gente ainda desconhece. É como se houvesse vários ‘Louvres’ sendo destruídos pelo fogo”.

A situação dos incêndios na Amazônia é percebida nas áreas urbanas da região. Os moradores de Belém acordaram ontem (20/8) envoltos na fumaça proveniente de queimadas do nordeste do Pará, intensificada pela falta de chuva e pelo ar seco. O G1 e o UOL repercutiram a notícia.

Enquanto isso, o governo federal determinou o envio de tropas militares da Operação Verde Brasil 2 para o Tocantins, atendendo a um pedido feito pelo governo do estado. Em um ofício encaminhado a Bolsonaro, o governador Mauro Carlese falou do crescimento dos focos de incêndio no TO em 2020 e do impacto das queimadas para a saúde pública já afetada pela pandemia.

Até mesmo a Fox News, TV norte-americana reticente (para dizer o mínimo) a assuntos ambientais, destacou o crescimento dos incêndios florestais na Amazônia. A Fox falou das críticas internacionais à resposta do governo e da falta de interesse em aceitar ajuda de outros países e organizações no combate ao desmatamento e às queimadas.

 

ClimaInfo, 21 de agosto de 2020.

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