Especialistas questionam gasto de R$ 145 milhões em novo satélite para monitoramento da Amazônia

INPE

O ministério da defesa gastará cerca de R$ 145 milhões na compra de microssatélites para o monitoramento da situação na Amazônia. A compra está sendo feita pelo Censipam (Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia), órgão vinculado à pasta, sem licitação, com recursos provenientes dos valores recuperados pelo poder público através da Operação Lava Jato.

Isso acontece ao mesmo tempo em que o INPE, que tem quase 60 anos de experiência e é reconhecido no Brasil e no mundo pelo seu trabalho científico de monitoramento do desmatamento na Amazônia por satélites, está sendo prejudicado pelo governo federal com restrições fiscais e vive um polêmico plano de reestruturação imposto pelo ministério da ciência, tecnologia e inovação.

De acordo com o governo, o novo sistema utilizará satélites capazes de captar imagens mesmo em regiões nubladas, a partir de uma tecnologia conhecida como satélite-radar. No UOL, Rubens Valente destacou a opinião de especialistas que contestaram a necessidade do gasto, a qualidade das imagens e a ajuda efetiva que esse sistema poderá prestar no combate ao desmatamento na Amazônia. Gilberto Câmara, ex-diretor do INPE, afirmou que o problema do Brasil não está na falta de informações sobre o desmatamento, mas sim na “esquizofrenia galopante sobre o desmatamento que está levando os militares a uma opção e a uma estratégia totalmente equivocadas em relação ao assunto”.

BR Político, O Eco e Poder360 também repercutiram essa notícia.

 

ClimaInfo, 24 de agosto de 2020.

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