Aberta na 2ª feira (24/8), a convenção republicana que selará a indicação de Trump para mais um mandato na Casa Branca não dedicará sequer um segundo para falar sobre a crise climática, em linha com a posição da atual administração.
Segundo o Climatewire, o partido rejeita que a mudança do clima seja uma questão grave de segurança nacional – como o próprio Departamento de Defesa dos EUA defende – mas “o triunfo do extremismo sobre o bom senso”. Sobre a ciência climática, os republicanos recorreram a platitudes para criticar o “alarmismo climático”, dizendo que “informação a respeito de um clima em transformação, especialmente projeções do futuro de longo prazo, devem ser baseadas na análise desapaixonada de dados brutos”.
Em matéria de clima, apontou The Independent, a plataforma republicana de 2020 é um “repeteco” do documento defendido há quatro anos: repulsa a qualquer tipo de regulamentação ambiental, priorização da “independência energética” dos EUA a partir de combustíveis fósseis e defesa de soluções de mercado para problemas ambientais. Sobrou até para o IPCC, que seria “um mecanismo político, não uma instituição científica neutra”.
No The Hill, republicanos e democratas criticaram a abordagem da mudança do clima do partido governista. Para eles, ao se associar tão fortemente com o negacionismo “trumpista”, o Partido Republicano arrisca-se a alienar um eleitorado que é cada vez mais jovem e preocupado com os efeitos da crise climática sobre o futuro do planeta.
Enquanto isso, cresce a preocupação do eleitorado dos EUA com as mudanças do clima. O jornal The New York Times destacou dados de uma pesquisa de opinião recente que apontam que nem mesmo a pandemia e a crise econômica subsequente foram capazes de diminuir a atenção dos eleitores norte-americanos para com a gravidade da crise climática.
ClimaInfo, 26 de agosto de 2020.
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