Mourão: acordo Mercosul-UE “começa a fazer água”

acordo Mercosul-UE

Questionado ontem sobre o futuro do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, o vice-presidente não escondeu o pessimismo. “O grande esforço que foi feito no ano passado da articulação desse acordo parece que começa a fazer água”.

Sobre as dificuldades para o acordo ser aprovado na Europa, Mourão preferiu apontar a culpa para o maior parceiro do Brasil no Mercosul – a Argentina. Para o vice, a crise econômica no país vizinho coloca o bloco comercial sul-americano em um momento “particularmente difícil”. Mourão também minimizou a resistência da Alemanha à aprovação do acordo comercial por conta da situação ambiental no Brasil, apontando “ruídos na comunicação” entre os dois governos.

Para a AFP, o Itamaraty afirmou que “é difícil entender” as dúvidas levantadas por Merkel sobre a implementação do acordo por parte do Brasil. De acordo com o ministério, o documento já contém cláusulas de proteção ambiental.

A Deutsche Welle afirma que as declarações recentes do governo alemão dificultam qualquer esforço pela aprovação do acordo com o Mercosul dentro da UE. A posição de Merkel coloca mais pressão sobre o Brasil, que até agora não mostrou nenhum resultado positivo no combate ao desmatamento e às queimadas. Pior: o silêncio dos demais governos do Mercosul às críticas de Berlim sugerem que nenhum deles está realmente interessado no acordo com a UE.

Já no Valor, Assis Moreira ressaltou que a possibilidade de o acordo ser aprovado pelo Conselho da UE ainda neste semestre, sob a presidência da poderosa Alemanha, é cada vez mais remota. Com isso, os alemães podem deixar essa tarefa para Portugal, que os sucederá na presidência do bloco no próximo semestre.

Reuters e Valor repercutiram as falas de Mourão sobre o acordo Mercosul-UE.

 

ClimaInfo, 28 de agosto de 2020.

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