A passagem do furacão Laura pela Louisiana não trouxe a destruição prevista por alguns meteorologistas, mas isso não significa que a tempestade não tenha causado danos – especialmente nos bairros e comunidades marginalizadas e mais pobres.
Reportagem do The New York Times repercutiu o incêndio causado pelo furacão em uma indústria química na cidade de Lake Charles, que liberou uma densa fumaça preta que se espalhou por quilômetros ao longo da costa. A região atingida pelo Laura é repleta de plantas petroquímicas, muitas delas localizadas próximas a bairros residenciais majoritariamente ocupados por trabalhadores pobres e negros. Nos últimos anos, o governo Trump desfez diversas regulamentações criadas pelo antecessor Obama para melhorar a segurança dessas instalações e salvaguardar as comunidades que vivem em seu entorno.
Já a CNN destacou como a mudança do clima tornou o Laura um evento climático poderoso. A matéria cita um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Wisconsin e da agência norte-americana NOAA que revelou que a probabilidade de tempestades atingirem o status de grande furacão (categoria três ou superior) aumentou década após década nos últimos 40 anos. A cada 10 anos, a probabilidade aumentou 8%. Ainda que o Laura em si não possa ser atribuído diretamente ao aquecimento do planeta, as condições atmosféricas mais quentes favorecem a frequência e a intensificação dessas tempestades ao longo do tempo.
ClimaInfo, 1º de setembro 2020.
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