Garimpo contamina Amazônia com mercúrio

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Uma investigação jornalística exibida pelo Fantástico no domingo (30/8) revelou a facilidade que têm os garimpeiros que atuam no interior da Amazônia para obter mercúrio, um metal líquido à temperatura ambiente, muito tóxico, e que tem – em tese – venda controlada no Brasil. Os vapores do mercúrio utilizado no garimpo para a concentração do ouro está envenenando os rios e contaminando animais e pessoas na região.

Fruto de um ano de trabalho de um grupo de veículos internacionais, como a TV Globo e o InfoAmazonia, a investigação identificou os fluxos de entrada de mercúrio na fronteira brasileira com a Guiana e com a Bolívia. A reportagem mostrou o drama dos índios Munduruku, que convivem com cerca de 60 mil garimpeiros em suas terras. Uma análise clínica mostrou que indígenas que vivem próximos a áreas de atividade garimpeira estão sendo contaminados pelo mercúrio utilizado de maneira desregrada pelos criminosos.

A matéria destacou também a conivência do governo federal, evidenciada no começo deste mês por uma visita do ministro Ricardo Salles à Terra Indígena Munduruku, quando ele conversou com garimpeiros ilegais. Pouco depois, o ministério da defesa chegou a suspender as atividades de combate ao garimpo na região, mas voltou atrás no dia seguinte. O Ministério Público Federal (MPF) está investigando as circunstâncias deste episódio, em particular o transporte pela Força Aérea de garimpeiros até Brasília para participar de uma audiência com Salles.

 

ClimaInfo, 1º de setembro 2020.

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