O governo Bolsonaro prevê uma redução de R$ 184,4 milhões no orçamento do ministério do meio ambiente para o ano de 2021. O valor, 5,8% abaixo do de 2020, consta no Projeto de Lei Orçamentária enviado ao Congresso na 2ª feira (31/8).
O corte nas verbas do meio ambiente acontece logo depois da troca de acusações entre Salles e Mourão sobre o contingenciamento dos recursos da pasta.
Fora as disputas políticas, o Brasil convive com crises ambientais graves nos últimos tempos, especialmente o crescimento persistente do desmatamento na Amazônia e o drama das queimadas no Pantanal. A incapacidade do país resolver esses problemas atraiu a atenção negativa de investidores e empresários no exterior, que têm cobrado do governo medidas para maior proteção ambiental.
Ao mesmo tempo, o orçamento de 2021 aumentou a verba prevista para o ministério da defesa – que tem encabeçado as principais ações do governo Bolsonaro nos últimos meses, especialmente na Amazônia. A pasta deve receber R$ 116,1 bilhões no ano que vem, valor pouco acima (1,9%) do previsto para 2020.
Congresso em Foco, El País Brasil, Metrópoles e UOL destacaram os cortes sofridos pelo meio ambiente no orçamento federal de 2021.
Em tempo: Em entrevista a Daniela Chiaretti e Fabio Murakawa, do Valor, o novo embaixador da Alemanha no Brasil disse que tanto o futuro do acordo comercial Mercosul-União Europeia quanto o renascimento do Fundo Amazônia dependem da entrega de resultados concretos em relação à alta do desmatamento da Amazônia e à contenção dos focos de queimadas pelo governo brasileiro.
ClimaInfo, 2 de setembro 2020.
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