Venezuela acelera mineração de ouro na Amazônia

Venezuela garimpo

A economia da Venezuela, assolada por conflitos políticos, sanções comerciais impostas pelos EUA, crise global do petróleo e a pandemia, encontrou no ouro da Amazônia o caminho mais simples e rápido para conseguir divisas internacionais aproveitando o boom que o metal está vivendo no mercado internacional.

Levantamento feito pela organização WATANIBA mostra que a extensão da área explorada na região triplicou desde março do ano passado. O crescimento é reflexo de um esforço do governo Maduro em incentivo ao processamento de ouro no país que, em sua maioria, hoje acontece irregularmente.

A Bloomberg relatou como esse processo está pressionando cada vez mais Comunidades Indígenas e Tradicionais que vivem na Amazônia venezuelana, especialmente por conta dos efeitos do garimpo sobre os estoques de água e a contaminação por mercúrio.

Em tempo: Caciques do Povo Munduruku enviaram uma carta ao Ministério Público Federal (MPF) pedindo o fim do garimpo ilegal em seu território nos arredores de Jacareacanga (PA). “O território que pela Constituição deveria ser de usufruto exclusivo dos Munduruku está servindo para o lucro de pessoas de fora da Terra Indígena”, afirmou Ademir Kaba, um dos signatários da carta, citado pelo UOL. O texto desmente o ministro Ricardo Salles, que usa a defesa de alguns garimpeiros indígenas para justificar a legalização da atividade mineradora em Terras Indígenas. “Para nós, garimpeiro é bandido sim. Pois, eles nos ameaçam e destroem rios, florestas e invadem nossas Terras que são protegidas por lei”, diz a carta.

 

ClimaInfo, 2 de setembro 2020.

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