Servidores do ministério do meio ambiente divulgaram na 6ª feira (4/9) um dossiê que lista ações de Bolsonaro e Salles para desmontar políticas ambientais. O grupo, organizado em torno da Associação Nacional dos Servidores do Meio Ambiente (Ascema), quer submeter o documento ao Congresso Nacional e a organizações internacionais, entre elas a ONU, para pressionar por mudanças no governo federal.
De acordo com o documento, os órgãos ambientais federais enfrentam “ataques constantes”, com “intimidação e cerceamento da ação dos servidores da área ambiental, resultando em um real e deliberado desmonte das instituições públicas de meio ambiente”. Ele cita também crises recentes que teriam sido causadas ou pioradas pela atuação do governo federal, como o aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia e o vazamento de óleo no litoral nordestino. A pasta negou as alegações feitas pelo texto, chamando-o de “ladainha de sindicalista”.
No sábado (5/9), um grupo de servidores protestou contra Bolsonaro e Salles na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Os manifestantes exibiram faixas contra o governo federal e repercutiram a campanha #DefundBolsonaro, repetindo a pergunta “Amazônia ou Bolsonaro, de que lado você está?”.
Folha e O Globo publicaram as principais acusações dos servidores contra o governo Bolsonaro.
Em tempo: O vazamento de informações sobre ações contra crimes ambientais na Amazônia coloca em risco a vida dos agentes e dos servidores ambientais responsáveis por elas. O Sputnik Brasil repercutiu as investigações que estão sendo conduzidas pelo Ministério Público Federal para analisar a possibilidade de que dados sobre uma operação de combate ao garimpo na Terra Indígena Munduruku, no Pará, teriam sido antecipados a garimpeiros que atuavam na região. Ouvida pela reportagem, Elizabeth Uema (Ascema) ressaltou que o trabalho de fiscalização ambiental é bastante arriscado e que o “fator surpresa” é fundamental para que as operações tenham sucesso.
ClimaInfo, 8 de setembro 2020.
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