Uma perícia feita pelo Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (CIMAN) do Mato Grosso confirmou que as queimadas que consomem trechos do Pantanal no estado foram provocadas por ação humana. A partir de imagens de satélite, a análise identificou queima de pasto, fogo em raízes de árvore para retirada de mel de abelha e incêndios em máquinas agrícolas e em veículos.
Por exemplo, na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Sesc Pantanal, a perícia apontou que o incêndio começou com a queima intencional de vegetação desmatada para criação de área de pasto para gado. Uma vistoria posterior da Aeronáutica identificou uso de madeiras, palanques de cerca e rodeios para o gado. De acordo com o G1, todos os laudos foram endereçados à Delegacia de Meio Ambiente da Polícia Civil do MT para abertura de inquérito e responsabilização. À Jovem Pan, o governador Mauro Mendes afirmou que o MT já aplicou mais de R$ 100 milhões em multas por queimadas ilegais.
Na 2ª feira (7/9), o Jornal Nacional destacou que o fogo atingiu o Parque Estadual das Águas, um refúgio natural para centenas de espécies pantaneiras, principalmente aves e mamíferos.
A National Geographic retratou o drama vivido pelos pantaneiros. De janeiro até o final de agosto, as queimadas destruíram cerca de 18,6 mil km2, uma área correspondente a 12 vezes o município de São Paulo, cerca de 12% da área total do Pantanal, de acordo com dados divulgados pelo INPE. Até o dia 3 passado, 10.316 focos de fogo foram identificados na região.
Em tempo: O relato de quem está na linha de frente do combate às queimadas no Pantanal é desalentador. O Globo ouviu veterinários, brigadistas voluntários e ambientalistas que se uniram a bombeiros e militares no esforço para conter o fogo. Além da operação de apagamento, eles correm contra o tempo para resgatar animais de áreas atingidas ou que estão prestes a ser alcançadas pelas chamas.
ClimaInfo, 9 de setembro 2020.
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