Comissária da ONU critica militarização crescente de políticas públicas

comissária da ONU Michel Bachelet

O envolvimento crescente das Forças Armadas com as políticas públicas no Brasil vem chamando a atenção da alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, a chilena Michelle Bachelet. No UOL, Jamil Chade repercutiu o discurso dela na abertura de ontem (14/9) da sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, no qual ela destacou a situação e denunciou ataques contra ativistas e jornalistas, além da restrição imposta à sociedade civil nos debates oficiais sobre políticas públicas. “Embora eu reconheça o contexto desafiador da segurança, qualquer uso das Forças Armadas na segurança pública deve ser estritamente excepcional, com supervisão eficaz”, disse Bachelet.

Na semana passada, a Advocacia Geral da União (AGU) enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal em defesa do uso das Forças Armadas para ações de combate ao desmatamento e às queimadas na Amazônia no âmbito da ação movida pelo Partido Verde contra a “militarização da política ambiental” sob Bolsonaro. Segundo a AGU, a ação do PV não é adequada para contestar essa questão e deve ser indeferida pela Corte sem apreciação de seu mérito.

Enquanto isso, os serviços de inteligência militar do governo seguem tratando as críticas internacionais à política ambiental brasileira como uma “guerra econômica”. Bem ao estilo paranoico característico dos militares brasileiros, eles defendem que a pressão tem como objetivo impedir a consolidação do Brasil como o maior produtor mundial de soja, algo que poderia atrapalhar os interesses comerciais da União Europeia. A Veja deu espaço para a notícia.

 

ClimaInfo, 15 de setembro 2020.

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