Uma década perdida para a biodiversidade global. Esta é a conclusão do novo relatório da ONU sobre o estado da diversidade biológica em todo o mundo, dez anos após a organização decretar os anos 2010 como a “Década da Biodiversidade”.
A 5ª edição do Global Biodiversity Outlook (GBO-5), apresentada formalmente ontem (15/9), tinha sido parcialmente vazada no começo do mês. Mas as conclusões finais são bem mais impactantes: nenhuma das 20 metas para a biodiversidade – as Metas de Aichi – foi atingida; apenas seis foram “parcialmente atingidas”.
Para a secretária-executiva da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica (CDB), Elizabeth Maruma Mrema, o relatório ressalta a encruzilhada em que se encontra a humanidade: “A taxa [atual] de perda de diversidade biológica não tem precedentes na história da humanidade e as pressões estão se intensificando. (…) Quanto mais a humanidade explora a natureza de maneira insustentável, mais prejudicamos nosso bem-estar, segurança e prosperidade.”
As conclusões do GBO-5 foram destacadas amplamente na imprensa, com matérias em O Globo, Valor, Associated Press, Reuters, Guardian, Independent e The New York Times, entre outros.
Em tempo: O Mongabay trouxe a preocupação crescente de cientistas sobre a emergência de um “negacionismo da extinção”, um raciocínio que rejeita o impacto da humanidade sobre a sobrevivência de outras espécies de fauna e flora, e até mesmo o risco da própria espécie humana padecer por conta das mudanças causadas por sua ação na Terra. O texto comenta um artigo publicado por Alexander Lees (Manchester Metropolitan University) na Nature Ecology & Evolution, que levantou essa possibilidade e apontou casos de como grupos anticiência estão questionando, por exemplo, a destruição ecológica na Mata Atlântica, um bioma que perdeu cerca de 90% de sua área nos últimos séculos.
ClimaInfo, 16 de setembro 2020.
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