Na ONU, Bolsonaro deve minimizar as queimadas

ONU Bolsonaro

Na Assembleia Geral da ONU que será realizada virtualmente na próxima semana, Bolsonaro deve reforçar a “realidade alternativa” que tenta vender para minimizar a crise ambiental no Brasil. De acordo com a Folha, o presidente deve dizer que as críticas internacionais às queimadas no país são “equivocadas” e citar dados que demonstrariam, segundo ele mesmo, que houve um recuo nos focos de incêndio em 2020.

O texto teria sido escrito pelo Planalto, com o apoio dos ministros Ernesto Araújo, Augusto Heleno e Ricardo Salles. Segundo a matéria, Bolsonaro também aproveitará o discurso para defender a abordagem adotada pelo Brasil no combate à pandemia – a despeito do país estar em 3º no ranking global de número de casos e ser o 2º em número de óbitos até agora pela COVID-19.

O que certamente não estará na fala de Bolsonaro será um ponto que deveria ser fundamental no discurso de todos os chefes de estado e de governo neste ano: a revisão das metas nacionais para o Acordo de Paris, prevista até o final de 2020. O Valor abordou como o governo brasileiro tem sido tímido nesse assunto, sem promover discussões internas ou públicas sobre as contribuições nacionais (NDC) para o regime climático.

Em tempo: Amigo da família Bolsonaro, José Vicente Santini foi nomeado como assessor especial de Salles ontem (16/9), com um salário de mais de R$ 13,6 mil. Até janeiro, Santini era secretário-executivo da Casa Civil, mas foi demitido por ter usado um jato da Força Aérea Brasileira para uma viagem à Índia, durante uma visita oficial do presidente ao país. À época, Bolsonaro classificou o episódio como “inadmissível” e “completamente imoral”. A notícia é da Folha.

 

ClimaInfo, 17 de setembro 2020.

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