União Europeia discute revisão de metas climáticas em meio a conflitos internos

União Europeia

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu que a União Europeia se comprometa com cortes mais profundos em suas emissões de carbono e propôs elevar a meta de redução de emissões para 2030, hoje definida em 40% em comparação com os níveis de 1990, para pelo menos 55%. Ela lembrou que, de 1990 a 2019, a UE reduziu suas emissões em 25% e, mesmo assim, conseguiu crescer mais de 60%. Por isso, von der Leyen afirmou que é possível e necessário que a Europa eleve sua ambição e reduza ainda mais suas emissões na próxima década. “Este é o momento para a Europa liderar o caminho desta fragilidade para uma nova vitalidade”, disse.

A proposta da Comissão Europeia foi bem recebida por grupos de investidores e empresas na Europa, que afirmaram que o estabelecimento de metas mais ambiciosas seria o caminho mais rápido para desbloquear o financiamento privado para viabilizar a descarbonização da economia. Em editorial, Financial Times reconheceu que a meta proposta pela UE é ambiciosa, mas defendeu que ela é viável e que, a partir desse novo objetivo, a Europa lidere os esforços globais contra a crise climática.

Mas nem todo mundo ficou satisfeito. Representantes da indústria, especialmente da Alemanha, manifestaram ceticismo quanto à viabilidade do aumento de 15% na meta de corte de emissões até 2030. Entre os governos, a proposta também causou reações mistas. O Climate Home destacou que países do Leste Europeu, encabeçados pela Polônia, exigiram que a nova meta fosse “realista” e que levasse em consideração “os custos sociais, ambientais e econômicos reais” da descarbonização. Esses países seguem sendo muito dependentes da queima de carvão para geração de energia e são tradicionalmente reticentes a ações e metas de redução de emissões mais robustas.

 

ClimaInfo, 16 de setembro 2020.

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