Depois dos combustíveis fósseis, ativistas climáticos miram novo alvo: o consumo de carne

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Com o avanço das fontes renováveis de energia e as empresas do setor assumindo cada vez mais compromissos e planos para descarbonizar seus negócios, ativistas climáticos começam a pressionar a indústria de carnes e laticínios a fazer o mesmo. Financial Times destacou que, do mesmo jeito que o setor petroleiro teve que encarar o risco de ter parte de seus ativos “encalhados” por falta de competitividade e viabilidade climática de sua operação, as grandes produtoras de carne e leite também terão que confrontar essa mesma realidade. A matéria destaca algumas ações de investidores nesse sentido, como a decisão da Nordea Asset Management de se desfazer de sua participação na brasileira JBS em razão do risco que os negócios da empresa representam para a Amazônia.

A preocupação crescente com as emissões decorrentes da produção de carne e laticínios não é banal. Na Europa, esses setores cresceram de tal maneira nos últimos anos que, hoje, suas emissões superam a soma do carbono emitido pela frota inteira de automóveis e vans do continente, como bem apontou o Guardian a partir de dados de um levantamento feito pelo Greenpeace. A produção de carne e laticínios na União Europeia aumentou 9,5% entre 2007 e 2018, o que se desdobrou em um crescimento de 6% de suas emissões – o que representa 39 milhões de toneladas de CO2 equivalente. Se o setor seguir nesse ritmo, o Greenpeace aponta que a UE dificilmente conseguirá cumprir suas metas climáticas.

 

ClimaInfo, 23 de setembro 2020.

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