O Globo mostrou que investidores internacionais estão virando as costas ao Brasil, com retirada de investimentos em volume inédito nas últimas décadas. Entre janeiro e agosto, US$ 15,2 bilhões deixaram o país, de acordo com dados do Banco Central. Em termos de investimento direto, o país registrou US$ 1,4 bilhão em agosto, o menor resultado para o mês desde 2006. Na Bolsa, a perda é ainda maior: R$ 87,3 bilhões de janeiro até 17 de setembro, quase o dobro do registrado durante o ano de 2019 inteiro.
Por um lado, a crise econômica causada pela pandemia e as incertezas sobre a capacidade de recuperação do país ajudam a explicar essa fuga de capitais da economia brasileira. Por outro, com o mau humor dos investidores com relação à devastação ambiental no país, a expectativa é de que esse quadro se agrave ainda mais. Em entrevista, a executiva Daniela da Costa-Bulthuis, da gestora holandesa Robeco Asset, ressaltou que o Brasil está perdendo capital de longo prazo em virtude da situação ambiental e da incapacidade do governo em responder adequadamente a essas cobranças.
Como bem descreveu Marcio Astrini (Observatório do Clima) n’O Globo, enquanto o agronegócio brasileiro tem que descascar os “abacaxis” deixados Bolsonaro & Cia., o agronegócio europeu está satisfeito com o governo brasileiro atirando em seu próprio pé e facilitando o lobby dos produtores rurais na Europa contra o Acordo Comercial com o Mercosul.
ClimaInfo, 24 de setembro 2020.
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