A Secretaria de Comunicação (Secom) vem disseminando informações distorcidas ou até mesmo mentirosas para benefício político de Bolsonaro. Um novo caso de propagação de “realidade alternativa” aconteceu no sábado (26/9), quando a Secom divulgou no Twitter dados equivocados sobre a série histórica de queimadas no Brasil para defender que a área atingida pelo fogo neste ano seria “a menor dos últimos 18 anos”. Em um exercício de “estatística criativa”, a Secom comparou os dados relativos aos oito primeiros meses de 2020 com o total queimado ao longo dos 12 meses de anos anteriores.
O Estadão fez as contas e corrigiu a distorção: ainda que a área parcial queimada no Brasil entre janeiro e agosto de 2020 (121,3 km2) seja menor que aquela afetada no mesmo período no ano passado (131 km2), ela supera em muito a área queimada em 2018 (76 km2) e 2017 (96 km2). Além disso, a comparação feita pela Secom deixa de fora – convenientemente – dados de setembro, que costuma ser o mês mais crítico para as queimadas e incêndios florestais.
Mesmo com o erro, o post da Secom foi amplamente compartilhado pela bolso-esfera digital, com retuítes de Salles, Flávio Bolsonaro e do ministro das comunicações, Fábio Faria. A Folha também falou da “pedalada ambiental” da Secom.
ClimaInfo, 28 de setembro 2020.
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