Empresas e governo britânico discutem restrições a importações de produtos ligados ao desmatamento

6 de outubro de 2020

O governo do Reino Unido finalizou ontem (5/10) a consulta pública que fundamentará um projeto de lei que pretende forçar as empresas britânicas a garantir, por meio de sistemas de rastreabilidade, que os produtos importados e vendidos no mercado daqueles países não sejam decorrentes de desmatamento ilegal. O alvo principal da ação é a Amazônia, em destaque nos últimos tempos em virtude do crescimento da taxa de destruição da floresta.

No Valor, Assis Moreira e Daniela Chiaretti explicaram como essa iniciativa pode afetar o agronegócio brasileiro, que perderá acesso a um importante mercado europeu. Mas a situação poderá ficar ainda pior, se depender de um grupo de grandes empresas que operam no mercado britânico – entre elas, a rede de supermercados Tesco, as fabricantes de alimentos Unilever e Nestlé, e a cadeia de restaurantes fast-food McDonald’s. Elas enviaram carta ao governo britânico pedindo que a regra se aplique a qualquer desmatamento, legal ou ilegal. BBC e Reuters destacaram a manifestação dessas companhias.

Obviamente, a questão preocupa o governo brasileiro, às voltas com críticas internacionais à situação ambiental do país. De acordo com o Valor, o Palácio do Planalto insinuou em comunicação oficial ao premiê Johnson que a imposição de qualquer barreira a produtos brasileiros no Reino Unido será questionada pelo país na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Em tempo 1: O vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, anunciou que o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul somente poderá avançar caso o Brasil encontre “soluções duradouras” para a situação da Amazônia. A fala foi feita durante uma audição na Comissão de Comércio Internacional do Parlamento Europeu; Dombrovskis é candidato à comissário de comércio da UE.

Em tempo 2: O Repórter Brasil teve acesso a documentos que mostram que uma das fazendas investigadas pela Polícia Federal por envolvimento em queimadas intencionais no Pantanal é de propriedade do pecuarista Pery Miranda Filho, um produtor com conexões financeiras com o atual governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja. A Folha também deu a notícia.

 

ClimaInfo, 6 de outubro 2020.

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