Multados por desmatamento ilegal e candidatos a prefeito na Amazônia

candidato réu

O Globo fez um levantamento nos dez municípios com as maiores taxas de desmatamento na Amazônia e identificou ao menos 11 candidatos a prefeito com crimes ambientais em suas fichas corridas, entre multados pelo Ibama ou réus em ações na Justiça Federal. Em Itaituba (PA), os três candidatos ao Executivo possuem pendências ambientais, entre multas aplicadas pelo Ibama, réus em ações judiciais e condenados pela Justiça. Já em Novo Progresso (PA), palco do infame “Dia do Fogo” em agosto de 2019, dois candidatos a prefeito também figuram na lista de infratores ambientais, acumulando autuações de mais de R$ 4 milhões por desmatamento ilegal. Das dez cidades analisadas, apenas quatro não possuem candidatos nessa condição.

Enquanto isso, Bolsonaro segue na realidade paralela construída pelo governo para defender que está “tudo normal” na Amazônia. O presidente afirmou que está pensando em criar um estímulo ao turismo na região amazônica “para mostrar para o gringo que aquele trem não pega fogo”. Se “o gringo” souber ler dados estatísticos e tiver acesso à internet, ele verá que os dados do próprio governo indicam o contrário.

Em tempo 1: A omissão do governo abre espaço para que a iniciativa privada e a sociedade civil se mobilizem e ocupem a lacuna deixada pelo Estado na proteção da Amazônia. Na Exame, Rodrigo Caetano destacou a articulação de executivos e investidores, junto com ONGs e entidades setoriais, para pressionar o poder público a cumprir seu papel e oferecer caminhos e ferramentas para ampliar os esforços de preservação na maior floresta tropical do planeta.

Em tempo 2: Mesmo com as queimadas no Pantanal e na Amazônia, servidores do ICMBio alertam que há uma “insuficiência de recursos” para prevenir e combater o fogo nas Unidades de Conservação (UC) do Brasil. Segundo O Globo, relatórios internos do órgão recomendam que, para proteger as UCs existentes na Amazônia, as ações de fiscalização precisariam ser dobradas. Esses documentos foram anexados pelo governo em uma ação movida pela Rede Sustentabilidade contra a União no Supremo Tribunal Federal (STF) por conta da militarização da política ambiental sob a administração Bolsonaro.

 

ClimaInfo, 9 de outubro 2020.

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