Incompetência e burocracia atrasam combate aos incêndios no Pantanal e na Amazônia por quatro meses

Pantanal 4 meses atraso

Em meio à pior temporada de incêndios da história do Pantanal e uma das piores da última década na Amazônia, a incompetência e a burocracia fizeram com que as equipes do Ibama responsáveis pelo combate ao fogo chegassem aos locais com quatro meses de atraso. Ricardo Grandelle, d’O Globo, teve acesso a relatórios internos do órgão e mostrou que a autorização do ministério da economia para envio dos brigadistas aconteceu apenas em junho, dois meses após o pedido chegar à pasta. A contratação propriamente dita só pôde ser formalizada em agosto, quando a portaria autorizando a medida foi finalmente publicada no Diário Oficial.

Já no UOL, Rubens Valente relata as condições de trabalho draconianas impostas aos brigadistas contratados pelo governo: contratos temporários, falta de estrutura e planejamento prévio de ação contra o fogo, e remuneração equivalente a um salário mínimo. Para piorar, o chefe da área responsável pelo combate às queimadas (PrevFogo) do Ibama, José Carlos Mendes de Morais, pediu exoneração na semana passada, após somente um mês no cargo. Estadão, Metrópoles e O Globo noticiaram a exoneração.

Em tempo: Estrangulado por interventores militares, uma desestruturação profunda e a perspectiva de ser absorvido pelo Ibama, o ICMBio pode sofrer novos cortes orçamentários no próximo ano. O Estadão destacou dados de um levantamento feito pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) mostrando que o governo federal reservou R$ 74,9 milhões para as Unidades de Conservação Federais – pouco mais da metade do valor dedicado em 2019, cerca de R$ 136 milhões.

 

ClimaInfo, 13 de outubro 2020.

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