Recuperação de 30% de áreas degradadas pode salvar mais de 70% das espécies ameaçadas e conter aquecimento

restauração florestal

Pesquisadores de 12 países fizeram um mapeamento dos ecossistemas globais para identificar o potencial de ações de conservação florestal para proteção de espécies de animais e absorção do carbono concentrado na atmosfera. Os resultados são promissores: segundo eles, a restauração de pelo menos 30% de áreas degradadas em regiões prioritárias do mundo pode evitar a extinção de mais de 70% das espécies de mamíferos, anfíbios e pássaros hoje sob risco, além de absorver quase metade do carbono emitido desde a Revolução Industrial (incríveis 466 bilhões de toneladas de dióxido de carbono). O estudo, liderado pelo brasileiro Bernardo Strassburg, foi publicado na revista Nature.

Pela proposta desenhada, a recuperação seria priorizada em áreas onde ela seria mais efetiva em termos de custo e de resultados para os serviços ambientais. O Brasil se destaca nesse ponto, com diversas regiões consideradas prioritárias nesse sentido, principalmente na Mata Atlântica, no sul e no leste da Amazônia e no Cerrado. Os pesquisadores estimaram que a recuperação de 15% dos 200 milhões de hectares de vegetação nativa convertidos no país (cerca de 30 milhões de hectares) nessas áreas estratégicas poderia salvar espécies como a onça-pintada e o mico-leão-dourado.

O estudo foi repercutido em veículos nacionais e internacionais, como Estadão, O Globo, Valor, The Independent e The New York Times.

 

ClimaInfo, 15 de outubro 2020.

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