Petroleiras apostam em tecnologias para manter permafrost congelado – enquanto seguem explorando petróleo

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A lógica de certas empresas fósseis no Ártico é curiosa. O permafrost, a camada de gelo característica dessa região, está derretendo a uma taxa cada vez maior por conta do aquecimento do planeta; este, por sua vez, é causado pela concentração crescente de gases de efeito estufa gerado pela queima de combustíveis fósseis – o produto feito por essas empresas. Assim, não é uma surpresa que elas mesmas estejam enfrentando problemas decorrentes do desaparecimento do permafrost, especialmente nas instalações de exploração de petróleo e gás localizadas no Ártico. Aliás, recentemente tivemos o caso de um vazamento de combustível no norte da Rússia, resultado de um tanque que perdeu sustentação por conta da instabilidade do solo.

Ao invés de repensar seu modelo de negócio para evitar novas perdas, o que as empresas fazem? Investem pesado em tecnologias para manter intacto o permafrost localizado abaixo de suas instalações, permitindo assim que elas continuem explorando o petróleo, queimando combustível, aquecendo a atmosfera e, por fim, maximizando as condições para que o permafrost no resto do Ártico derreta. The Guardian tratou dessa “solução” e destacou o absurdo dela.

 

ClimaInfo, 20 de outubro 2020.

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