Como as queimadas no Pantanal se refletem nas periferias do Brasil

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Para quem vive nos grandes centros urbanos do Brasil, especialmente no sul-sudeste do país, as queimadas no Pantanal e o desmatamento na Amazônia parecem problemas distantes – ainda mais para quem vive nas periferias. No entanto, isso não significa que essas crises não causem impactos nas cidades, especialmente entre as comunidades mais pobres e vulneráveis.

Na série “Conversa de Portão”, do UOL Ecoa, Jéssica Moreira entrevistou a bióloga Gabriela Trindade, que explicou casos concretos de como as queimadas pantaneiras e a devastação florestal amazônica afetam a população periférica brasileira. Por exemplo, ela destacou a escassez de água potável, causada pela diminuição do volume de chuvas nos reservatórios, que é efeito da disrupção dos chamados “rios voadores” – o fluxo de umidade que a Amazônia consegue absorver e empurrar continente adentro; sem floresta, não há como essa umidade chegar e se transformar em chuva. Como a crise hídrica de 2014-15 mostrou em SP, as comunidades mais expostas a cortes no fornecimento de água foram as mais pobres e periféricas.

Em tempo: O Globo destacou a campanha “Árvore Refugiada”, lançada durante o evento global “24 Hours of Reality”, promovido pelo The Climate Reality Project. Com apoio do GT Infra e do Engajamundo, a campanha usa um jatobá, árvore nativa da Amazônia brasileira, para ressaltar a vulnerabilidade da floresta à ação desenfreada de criminosos, que ameaçam não apenas a espécie, mas todo o bioma. Entre as ações previstas, está a submissão formal de pedidos de refúgio em nome do jatobá em embaixadas estrangeiras no Brasil, como um ato simbólico do desastre que se desenrola na Amazônia.

 

ClimaInfo, 21 de outubro 2020.

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