Oxfam: países ricos não estão cumprindo obrigações de financiamento climático global

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Um relatório da ONG britânica Oxfam sugere que o volume real de financiamento climático oferecido pelos governos mais ricos às nações mais pobres pode ser de apenas ⅓ do valor formalmente declarado – o que compromete tremendamente o esforço global para superar a crise climática e, pior, eleva o nível de endividamento desses países vulneráveis. De acordo com o levantamento, os países doadores de ajuda relataram cerca de US$ 59,5 bilhões por ano em média em 2017 e 2018, os últimos anos com dados totalizados. No entanto, os recursos destinados efetivamente para ação climática pode ter sido de apenas US$ 19-22,5 bilhões por ano, uma vez descontados reembolsos, juros e outros tipos de pagamento.

O documento indica também que a maioria esmagadora do financiamento climático (80%, cerca de US$ 47 bilhões) foi fornecida na forma de empréstimo, e não de doação. Desse valor, metade foi aplicada impondo custos financeiros aos países receptores, o que na prática diminuiu o benefício. Outro problema identificado é a “anabolização” dos dados sobre financiamento climático, com os países doadores registrando nessa categoria recursos com outros tipos de destinação.  Além disso, segundo a Oxfam, apenas 3% do volume de financiamento climático foi destinado nesse período a pequenos países insulares em desenvolvimento, que são especialmente mais vulneráveis à mudança do clima. Cerca de 25% dos recursos foram direcionados para ações de adaptação, enquanto 66% beneficiaram esforços de mitigação.

Climate Home e The Guardian repercutiram os principais pontos da análise da Oxfam sobre financiamento climático.

 

ClimaInfo, 21 de outubro 2020.

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