O mico ambiental protagonizado pelo governo federal nos últimos dias em Brasília é digno de um dramalhão nível B(olsonaro). Eis os capítulos da novela de mau gosto:
- Na 4ª feira (21/10), o Ibama alegou falta de recursos e ordenou a suspensão do combate a incêndios e queimadas em todo o país. O governo foi pego de “calças curtas” pelo anúncio, já que Salles não antecipou a informação a ninguém.
- Na 6ª feira (23/10), Salles atacou o ministro da secretaria de governo da presidência da república, general Luiz Eduardo Ramos, insinuando que ele estaria por trás de especulações repercutidas na imprensa sobre um descontentamento da ala militar do governo com o chefe do meio ambiente. Em termos nada republicanos, Salles chamou Ramos de “Maria Fofoca”.
- No mesmo dia, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre usaram o Twitter para defender Ramos. Já a ala “ideológica” do governo, capitaneada pelos filhos de Bolsonaro, tomou as dores de Salles.
- No final daquele dia, a turma do “deixa disso” interviu. Paulo Guedes anunciou a liberação de R$ 60 milhões para o meio ambiente. O Ibama, por sua vez, ordenou a retomada do combate aos incêndios pelos brigadistas.
- Ontem (25/10), Salles e Ramos trocaram gentilezas, indicando que a briga teria sido superada.
Em suma, o governo federal transformou o meio ambiente em refém de brigas políticas. Precisava disso?
ClimaInfo, 26 de outubro 2020.
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