Com viagem de embaixadores à Amazônia e campanha publicitária, governo Bolsonaro prepara “guerra de narrativas”

3 de novembro de 2020

Incapaz de conter a devastação ambiental, o governo federal preferiu investir em publicidade para responder à pressão internacional contra o desmatamento e as queimadas na Amazônia. A 1ª ação será a visita de embaixadores europeus à região amazônica, prevista para acontecer nesta semana. Encabeçada por Mourão, a delegação passará por Manaus, São Gabriel da Cachoeira e Maturacá, no Amazonas – nenhuma delas no arco do desmatamento. Para aplacar as críticas da Europa, a ideia do Palácio do Planalto é mostrar aos diplomatas as ações empreendidas pelo governo para a proteção na floresta. Já os embaixadores pretendem aproveitar a viagem para ampliar o diálogo não apenas com o governo federal, mas também com atores da sociedade civil e autoridades estaduais e municipais. Nesse sentido, representantes da União Europeia participaram na última 6ª feira (30/10) de uma videoconferência com entidades ambientalistas e indígenas, segundo o G1.

Ao mesmo tempo, o governo iniciou na semana passada uma campanha publicitária nas redes sociais com o propósito de defender a atuação da gestão Bolsonaro para a Amazônia e questionar “interesses que nem sempre são claros” e que estariam por trás da divulgação de informações “irresponsáveis”. A ofensiva publicitária do governo foi destacada pelos Estadão, Folha, Valor e Reuters.

Em tempo 1: Curiosamente, enquanto tenta recuperar sua imagem ambiental no exterior, o governo Bolsonaro está com sérios problemas dentro do Brasil. De acordo com pesquisa Datafolha contratada pelo Greenpeace Brasil, 46% dos brasileiros considera a resposta do presidente contra o desmatamento como ruim ou péssima. A pesquisa indica também que a maioria dos brasileiros (87%) considera muito importante preservar a Amazônia e 93% afirmam ser possível proteger a floresta e incentivar o desenvolvimento econômico sem derrubá-la. O Fantástico e a Folha deram mais detalhes.

Em tempo 2: O artigo de João Paulo R. Capobianco na Folha é a melhor resposta possível aos devaneios, platitudes e, em bom português, às mentiras de Ricardo Salles. Ponto a ponto, ele desmontou o texto publicado pelo ministro no mesmo jornal na semana passada. “Pressionado por todos os lados para deixar o governo, seu objetivo foi esconder, sob alguns milhares de caracteres, a única e cristalina verdade: ser o pior ministro de Meio Ambiente que o Brasil já teve”, escreveu.

 

ClimaInfo, 3 de novembro 2020.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

x (x)

Continue lendo

Assine nossa newsletter

Fique por dentro dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas

Em foco

Aprenda mais sobre

Glossário

Este Glossário Climático foi elaborado para “traduzir” os principais jargões, siglas e termos científicos envolvendo a ciência climática e as questões correlacionadas com as mudanças do clima. O PDF está disponível para download aqui,
1 Aulas — 1h Total
Iniciar