Alimentação global precisa ser “reimaginada” para conter emissões de carbono do setor

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Alimentação global: um trabalho publicado na semana passada na Science argumentou que, mesmo que o mundo parasse de queimar combustíveis fósseis imediatamente, as emissões cumulativas de gases de efeito estufa ainda podem nos levar a um cenário de aquecimento muito acima das metas de temperatura do Acordo de Paris. O motivo? Nosso modelo de produção e consumo de alimentos.

De acordo com o pesquisador David Tilman, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, EUA, o crescimento populacional e a dieta alimentar seguida pela maior parte da humanidade estão impulsionando processos produtivos que geram e liberam quantidades maciças e crescentes de CO2, metano e outros gases para a atmosfera. Se isso não for solucionado, as emissões agrícolas sozinhas poderão fazer com que a temperatura média global se eleve até 2050 em mais de 1,5°C  com relação aos níveis de temperatura pré-industriais.

Além do fim da energia fóssil, o mundo precisa discutir o quanto antes um novo modelo de produção e consumo de alimentos que diminua a pegada de carbono da alimentação global. O estudo sugere uma mudança para dietas mais ricas em vegetais, que são mais saudáveis, ao mesmo tempo em que diminuem a demanda por carne bovina e outras. Isso, por sua vez, reduziria a pressão sobre as florestas, que hoje são derrubadas para dar espaço à pastagem e à produção de grãos para alimentação de rebanhos confinados.

O estudo foi repercutido por Associated Press, Guardian, Independent, e NY Times.

 

ClimaInfo, 9 de novembro 2020.

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