Avanços da ciência para a adaptação à mudança do clima

tecido

A revista Science publicou um especial sobre avanços que a ciência dos materiais e dos processos tem feito para amenizar o impacto do aquecimento global. Afinal, parte importante da humanidade vive em regiões onde a temperatura deverá subir. A solução atual é deixar o ar condicionado ligado mais tempo – pelo menos os afortunados que têm acesso ao aparelho. Só que estes aparelhos consomem muita eletricidade e usam gases refrigerantes que aumentam o aquecimento global. Mesmo uma matriz elétrica mais limpa como a nossa emite gases de efeito estufa. Então, é imprescindível parar de queimar fósseis para se gerar eletricidade como é importante desenvolver materiais refrigerantes que não contribuam para aumentar o aquecimento global. Outro eixo de desenvolvimento são materiais passivos que refletem a radiação infravermelha, ou seja, calor. Podem ser tecidos, para os que poderão sofrer regularmente com temperaturas acima de 40°C, ou materiais de construção que resfriarão em 1°C  a 2°C o interior de edificações.

Vale ler a introdução do especial e a matéria sobre o aquecimento global ao redor do mundo. Também vale a leitura do impacto das grandes nuvens de dados que, dentre outras, alimentam as redes sociais e a tremenda quantidade de eletricidade que as sustenta.

O físico Paulo Artaxo deu a dica do especial e comentou: “Em julho de 2020, temperaturas na Sibéria, dentro do Círculo Polar Ártico atingiram 38 graus. Como será a Vida em Cuiabá quando a média no verão for 42 graus e os picos em 52 graus? Todos vivendo dentro de casa com ar condicionado? E o agravamento das queimadas? Perguntas inquietantes que requerem respostas urgentes da Ciência.”

Em tempo: O mesmo número da Science publica artigo do médico Reed Tuckson sobre a “doença da falta de confiança” (the disease of distrust). Ele fala de um desdobramento do preconceito racial nos EUA refletido na desconfiança da comunidade negra para com os serviços de saúde. Por terem sido usados como cobaias, por seus médicos terem sido discriminados e, sobretudo, porque “esta dolorosa realidade foi amplificada pelas ações da administração Trump e pelos comportamentos das forças da lei, entre outros.”

 

ClimaInfo, 16 de novembro 2020.

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