De ontem (16/11) até a próxima 6a feira. acontece mais uma reunião da Organização Marítima Internacional (OMI) para discutir como se cortar as emissões do setor.
Se você não acompanha o assunto, aqui vai um resumo: navios são uma fonte importante de poluição, produzindo um bilhão de toneladas em emissões de CO2 a cada ano – mais do que as emissões da Alemanha e cerca de 3% do total global. Em 2018, a OMI, que é o órgão da ONU que regula o setor, concordou que algo precisava ser feito. A promessa posta na mesa foi cortar pela metade as emissões de gases de efeito estufa até 2050 e fazer reduções antes de 2030, de modo a se atingir o pico proposto de emissões o mais rápido possível.
A esta altura, você talvez esteja se perguntando se as negociações seguem essa direção e a resposta é: não. Tanto que um grupo de seis organizações divulgou uma declaração conjunta alertando que as atuais propostas simplesmente não atendem às metas do Acordo de Paris. Um dos pontos mais problemáticos é o Anexo 1 do ISWG-GHG7-WP.1-Rev.1 – que viola a estratégia inicial de GEE da IMO de três maneiras cruciais: não conseguirá reduzir as emissões antes de 2023, não atingirá o pico de emissões o mais rápido possível e não definirá as emissões de CO2 do transporte em um caminho consistente com objetivos do Acordo de Paris.
A BBC repercutiu o encontro e o site do WWF traz detalhes sobre os pontos problemáticos. E Harry Cockburn, do The Independent, escreveu um artigo interessante batizado de “Indústria naval acusada de greenwashing e pressionada a descarbonizar por grupos ambientalistas, já que, como vai, o setor caminha na direção de responder por 10% das emissões globais de gases de efeito estufa até 2050.
ClimaInfo, 17 de novembro 2020.
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