A reação de membros do Parlamento Europeu contra a proposta de controle das atividades de organizações da sociedade civil discutida no Conselho da Amazônia foi minimizada por Mourão, “czar” da política do governo Bolsonaro para a região. Em resposta à carta dos europarlamentares na semana passada, o general-vice afirmou que as preocupações são “infundadas” e que a ideia foi tirada de contexto. “A proposta de controlar ONGs não corresponde ao nosso pensamento nem às atividades do Conselho”, afirmou Mourão em nota.
No entanto, ele afirmou também que o Conselho da Amazônia “está considerando medidas para melhorar a estrutura institucional do trabalho entre agência do governo, setor privado e sociedade civil na Amazônia”, sem detalhar quais seriam essas medidas nem como isso se daria. Mourão concluiu dizendo que o objetivo do governo é ter “mais efetividade e transparência” na atuação dessas organizações.
Metrópoles, O Globo, Poder360 e Reuters repercutiram as falas de Mourão.
Em tempo: Na Carta Capital, Giovanna Galvani conversou com João Romano, um dos quatro brigadistas presos no ano passado sob a acusação de envolvimento com queimadas criminosas na região de Alter do Chão. Mesmo com a Polícia Federal rejeitando a acusação, os brigadistas seguem alvo de inquérito da Polícia Civil do Pará e estão obrigados pela Justiça a comunicar qualquer movimento. O único dos quatro que ainda segue na floresta, Romano descreveu os últimos meses como uma “tortura jurídica”, angustiado pela incerteza sobre o andamento do processo e pelo impacto da perseguição policial à atuação de entidades ambientalistas na região. “A gente fica muito assustado depois de um caso desses. A gente que é inocente ser acusado dessa forma… o negócio não é brincadeira”.
ClimaInfo, 30 de novembro 2020.
Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.