A preocupação com a intensificação da crise climática nas próximas décadas está motivando diversos casais a decidir não ter filhos para que estes não sofram com os efeitos da crise. Uma pesquisa feita no Reino Unido entrevistou 600 pessoas com idades entre 27 e 45 anos e descobriu que 96% delas estavam muito ou extremamente preocupados com o bem-estar de seus futuros filhos em um mundo com eventos climáticos mais frequentes e fortes.
Publicada na semana passada na revista Climatic Change, a pesquisa não encontrou diferença estatística significativa entre homens e mulheres, embora elas representassem ¾ dos entrevistados. De acordo com o estudo, 6% dos pais consultados confessaram sentir algum remorso por ter filhos, justificando as dificuldades que as novas gerações enfrentarão para sobreviver em meio a um clima cada vez mais instável. Os dados do estudo foram reportados por Daily Mail e The Guardian, entre outros.
Em tempo: Ativistas jovens abriram na semana passada uma simulação virtual da COP26, adiada para novembro de 2021 por conta da pandemia. Representantes de 118 países, a maior parte de países em desenvolvimento, discutiram tópicos importantes da agenda climática acerca dos quais têm enfrentado dificuldades para avançar nas negociações oficiais da ONU nos últimos anos.
Um foco particular foi a questão das perdas e danos, pauta defendida por países vulneráveis a eventos climáticos extremos: eles discutem a necessidade de receberem algum tipo de compensação para desastres climáticos. Mesmo com a criação do Mecanismo Internacional de Varsóvia, aprovado pela UNFCCC em 2013, os países vulneráveis seguem sem amparo mais forte para conseguirem se recuperar de episódios como tempestades tropicais e estiagens prolongadas. O Climate Home fez um panorama das discussões entre os jovens na “Mock COP26”.
ClimaInfo, 30 de novembro 2020.
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