Blocos de petróleo e gás incluídos em leilão da ANP fazem fronteira com 47 Terras Indígenas amazônicas

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De acordo com um relatório técnico encomendado pela 350.org, blocos de petróleo e gás incluídos pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) em leilão permanente estão próximos e podem causar impactos socioambientais consideráveis em 47 Terras Indígenas (TI) e 22 Unidades de Conservação (UC) na Amazônia. O documento alerta que atividades de prospecção e exploração de petróleo e gás poderão implicar não apenas na intensificação do desmatamento nessas áreas, mas também na invasão de Terras Públicas e em mais conflitos fundiários, tornando as Comunidades Indígenas e Tradicionais que vivem na região ainda mais vulneráveis.

A ANP realiza amanhã (4/12) uma sessão pública, porém fechada à sociedade civil, para anunciar as ofertas de empresas do setor pelos blocos do 2º Ciclo da Oferta Permanente, o que pode incluir 16 blocos na bacia do rio Amazonas. No Estadão, André Borges assinalou as preocupações de ambientalistas e indígenas concentradas na possível utilização do método de fraturamento hidráulico (fracking), no qual o poço perfurado recebe uma injeção de mistura química formada por água, areia e aditivos sob alta pressão. Nos EUA, o fracking tem sido motivo de polêmica por conta dos impactos ambientais causados pela sua operação. Outra preocupação é a situação legal de algumas áreas indígenas em processo de demarcação, com o risco de que a exploração fóssil possa dificultar ou mesmo inviabilizar sua demarcação final.

 

ClimaInfo, 3 de dezembro 2020.

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