Afligidos pela pandemia e pela violência política e social, os países da América Central também tiveram que enfrentar crises ambientais históricas em 2020, com diversos furacões e tempestades tropicais causando destruição e mortes.
No El País, Jacobo García descreveu a situação dramática de Honduras, arrasada pelos furacões Eta e Iota. Em um intervalo de apenas 20 dias, as duas tempestades provocaram enchentes e deslizamentos de terra. O país é o 2º mais impactado no mundo por furacões, tempestades e inundações, de acordo com levantamento da Germanwatch sobre risco climático.
Natalie Kitroeff e Daniele Volpe mostraram no New York Times a devastação causada por Eta e Iota na Guatemala.
Junto com as tempestades, a violência contra ambientalistas também cresceu na América Central. Na Folha, Mayara Paixão e Laura Castanho comentaram dados do levantamento da Global Witness sobre assassinatos de ativistas: a região é a que concentra os maiores índices per capita de casos de execução de pessoas relacionadas com conflitos ambientais e fundiários no mundo. Em 2019, 32 ativistas foram assassinados, com o top 3 global encabeçado por Honduras, Nicarágua e Guatemala. A perseguição política, a insegurança jurídica e as ameaças climáticas reforçam um problema crônico da região: a emigração para a América do Norte, especialmente os EUA.
Em tempo: Nunca a Cruz Vermelha norte-americana trabalhou tanto. A Scientific American destacou alguns dados da atuação da organização humanitária nos EUA em 2020: mais de 1,2 milhão de noites de abrigo até agora para pessoas que fugiram de desastres como incêndios florestais massivos e tempestades tropicais e furacões. A pandemia trouxe ainda mais custos para a ação humanitária, já que os desabrigados tiveram que manter distanciamento, o que exigiu o aluguel de quartos de hotel para se evitar contágio.
ClimaInfo, 7 de dezembro 2020.
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