Ativistas pressionam Biden para reforçar medidas e compromissos contra crise climática nos EUA

8 de dezembro de 2020

Faltando pouco mais de 40 dias para assumir o governo dos EUA, Joe Biden já sente a pressão política subir pelo lado de ambientalistas e ativistas climáticos. Aliados durante a campanha, grupos verdes agora analisam detalhadamente as indicações feitas pelo presidente-eleito, com foco naqueles que tenham conexões diretas ou indiretas com a indústria fóssil.  Esse é o caso, por exemplo, do deputado Cedric Richmond para o escritório de engajamento público da Casa Branca, por conta das doações eleitorais de empresas de petróleo recebidas por ele. A oposição é ainda mais estridente contra o nome do ex-secretário de energia, Ernest Moniz, especulado para retornar ao posto sob Biden: depois de deixar o governo, Moniz serviu como consultor e conselheiro de empresas de gás natural e energia nuclear.

Além da composição do governo, outra preocupação é tirar do papel o ambicioso plano climático apresentado pelo democrata antes da eleição, mesmo com a potencial maioria da oposição republicana no Senado.  A demanda nesse sentido é que Biden declare estado de emergência climática nos EUA quando assumir a presidência. De acordo com o Washington Post, ambientalistas enxergam nessa declaração um caminho potencial para o novo presidente “driblar” os republicanos no Senado e implementar diversas ações climáticas por decreto executivo, sem depender de aprovação do Congresso. Por ora, o presidente-eleito e seus aliados não se comprometem com esse caminho, já que isso dificultaria uma das principais bandeiras pessoais de Biden durante a campanha: restaurar o diálogo político com os republicanos.

“A lua de mel terminou no altar quando Biden foi anunciado como presidente eleito”, disse à Reuters Jamie Henn, diretor da 350.org.

Em tempo: Um ex-assessor político nos EUA foi condenado na semana passada a seis anos de prisão por comandar um esquema ilegal de tráfico de crianças para adoção, tirando proveito de mulheres pobres nas Ilhas Marshall. Paul Petersen, um ex-missionário mórmon que atuou pelo Partido Republicano no Arkansas, manipulou jovens mães para que elas cedessem suas crianças em troca de dinheiro e da possibilidade de criar seus filhos nos EUA. Ele aproveitou as dificuldades enfrentadas por muitas famílias nas Ilhas Marshall, um dos locais mais vulneráveis do planeta às mudanças do clima. O The Independent deu mais detalhes.

 

ClimaInfo, 8 de dezembro 2020.

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