A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que barrou a possibilidade de reeleição dos atuais presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, no ano que vem deve ter efeitos diretos no andamento de pautas ambientais dentro do Congresso Nacional. No Estadão, André Borges abordou que projetos de interesse do governo Bolsonaro, como a flexibilização do licenciamento ambiental e da regularização fundiária e a liberação da mineração em Terras Indígenas, podem ganhar impulso caso os novos chefes do Legislativo sejam alinhados politicamente ao Planalto.
Nos últimos anos, Rodrigo Maia vinha servindo como um mediador entre os interesses do governo, e seus aliados ruralistas, e grupos ambientalistas dentro do Congresso. Através de seu poder de definir a agenda legislativa na Câmara, Maia vem retardando o andamento dos projetos mais polêmicos do governo e, em diversas ocasiões, se colocou em franca oposição à política ambiental de Bolsonaro.
Em tempo: De toda maneira, a pressão internacional sobre o governo Bolsonaro deve se intensificar. Em entrevista à Reuters, o embaixador da União Europeia no país, Ignacio Ybáñez, afirmou que o andamento do acordo comercial do bloco com o Mercosul depende fundamentalmente de um compromisso político por parte do Brasil de conter o desmatamento na Amazônia. “Estamos trabalhando para obter compromissos claros do Brasil que restaurarão a confiança”, disse o diplomata espanhol. Já o Valor destacou a fala de Candido Bracher, presidente do Itaú Unibanco, que reforçou que a degradação ambiental está causando prejuízos não apenas à imagem do Brasil no exterior, mas também perdas financeiras significativas, com a diminuição no fluxo de investimentos e até mesmo a interrupção de algumas linhas de créditos para o país.
ClimaInfo, 8 de dezembro 2020.
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