No próximo dia 12, completam-se cinco anos do Acordo de Paris. De lá pra cá, a trajetória foi acidentada e tensa, mas finalmente parece que o panorama a partir de 2021 será mais interessante, para não dizer otimista. No Guardian, Fiona Harvey fez um balanço misto desses cinco anos. Por um lado, os dramas políticos, os desastres climáticos e a urgência da ação climática, posta de forma cada vez mais explícita pela ciência, podem deixar um gosto amargo para aqueles que celebraram a assinatura do Acordo em 2015. Por outro, é inegável que ele trouxe momentum para as fontes renováveis de energia, que nunca tiveram resultados tão positivos como em 2020. Ao mesmo tempo, a decadência do carvão e a crise do petróleo chegaram mais rápido do que se esperava há cinco anos. Sem falar também no engajamento crescente de governos e empresas com a agenda da descarbonização da economia até 2050. Ou seja, a situação climática segue grave (até mais grave do que em 2015), mas a atenção dos atores políticos e econômicos para esse problema aumentou consideravelmente.
Por isso, os próximos anos prometem ser ainda mais importantes para o futuro da humanidade do que os últimos cinco. O Climate Home destacou como negociadores, ativistas e lideranças políticas estão trabalhando para recriar o “espírito de Paris” na COP26, que acontecerá em Glasgow em novembro de 2021, com o objetivo de tornar essa conferência um novo marco para acelerar a ação climática e compensar o tempo perdido nesse primeiro quinquênio.
ClimaInfo, 9 de dezembro 2020.
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