Europa corre contra o tempo (e a oposição fóssil) para chancelar nova meta climática

Europa oposição fóssil

O tabuleiro político na União Europeia para a aprovação de sua nova meta de redução de emissões de carbono segue complicado. Há meses, representantes dos 27 países do bloco discutem a possibilidade de um corte mais substancial das emissões em 2030; a Comissão Europeia sugere que a meta, hoje de 40%, seja aumentada para pelo menos 55%. No entanto, países altamente dependentes do carvão no Leste Europeu, como Polônia, Hungria e República Tcheca, estão obstruindo as negociações, tentando obter mais recursos financeiros da UE para financiar a transição energética.

O representante da UE para o clima, Frans Timmermans, está otimista sobre as perspectivas de um acordo. À Bloomberg, ele demonstrou confiança na possibilidade de uma definição ainda nesta 5ª feira (10/12), quando os chefes de governo da UE se encontram para finalizar as conversas. Mas a preocupação segue grande: um eventual adiamento dessa definição pode prejudicar os preços das licenças no sistema europeu de comércio de emissões, além de comprometer a capacidade política da UE em liderar as negociações internacionais sobre o clima em 2021. A Reuters fez um apanhado sobre o cabo-de-guerra climático entre os europeus.

Em tempo: Como desdobramento das discussões sobre a nova meta climática da UE, os governos europeus estão traçando estratégias para forçar as companhias aéreas a acelerar sua transição tecnológica para combustíveis de aviação mais limpos. Segundo a Reuters, um desses caminhos seria a imposição de metas obrigatórias para esses combustíveis: inicialmente, a proposta seria escalonar a obrigatoriedade do consumo de combustíveis mais limpos, avançando de 5% em 2030 para mais de 60% em 2050. No entanto, esses números foram retirados do texto e devem ser rediscutidos nos próximos meses. Atualmente, esse tipo de combustível representa menos de 1% do total consumido pela aviação civil na Europa.

 

ClimaInfo, 10 de dezembro 2020.

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