Um ano desastroso para o clima no Ártico

Ártico

Em 2020, o Ártico viveu seu 2º ano mais quente nos registros, marcado por episódios de calor extremo, derretimento de gelo e transformações ambientais significativas que sinalizam um ponto de inflexão climático para o planeta. O alerta foi dado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) em um novo relatório sobre a situação da região ártica.

“A transformação do Ártico em uma região mais quente, menos congelada e biologicamente alterada está bastante avançada”, reforçou o climatologista Rick Thoman, um dos autores do relatório. Os indícios são claros: o Ártico teve neste ano a 2ª menor extensão mínima de gelo (3,74 milhões de km2); o gelo marinho também está mais fino, jovem, e frágil, facilitando o processo de degelo durante a temporada quente; e as temperaturas do Oceano Ártico seguem aumentando, com termômetros registrando entre 1°C e 3°C acima da média de 1982 e 2010 na superfície do mar.

O relatório ressaltou também os efeitos do Ártico mais quente no resto do mundo. Por exemplo, a cobertura de neve na Europa e na Ásia em 2020 foi a menor em junho desde o início dos registros, em 1967. A Sibéria, outrora conhecida como o “inferno gelado”, foi afligida por incêndios florestais monstruosos que persistiram mesmo com a chegada do frio. Outro indício é o degelo acelerado da Groenlândia, influenciada diretamente pelo aquecimento das águas do Ártico.

Associated Press, Guardian, New York Times e Reuters abordaram essa notícia.

 

ClimaInfo, 10 de dezembro 2020.

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