Sem militares no comando, Ibama aperta cerco contra madeira ilegal no Pará

Ibama madeira ilegal

A região de Uruará, pequeno município no centro-oeste do Pará, votou em peso em Jair Bolsonaro nas eleições de 2018, na esperança do novo governo relaxar a fiscalização ambiental, dando espaço para a atividade madeireira ilegal e para a regularização fundiária de posseiros e invasores dentro da Terra Indígena (TI) Cachoeira Seca. A expectativa não se confirmou, como contaram Fabiano Maisonnave e Lalo de Almeida na Folha. Em contraste curioso com o resto da Amazônia, o cerco às atividades ilegais aumentou no município, gerando insatisfação e tensões entre madeireiros e fiscais ambientais.

O contraste tem motivo: diferentemente de outras operações de combate ao desmatamento na Amazônia sob Bolsonaro, encabeçadas pelos militares da Operação Verde Brasil 2, quem está liderando o trabalho de fiscalização em Uruará é o Ibama. A atuação permanente na região levou a uma queda de 86% no desmatamento entre abril e setembro, segundo dados da Rede Xingu+.

Enquanto isso, o INPE confirmou que os alertas de desmatamento na Amazônia caíram no mês de novembro: segundo dados do sistema DETER, cerca de 310,3 km2 de floresta foram desmatados no último mês, número 45% inferior ao registrado no mesmo mês no ano passado (563 km2). O G1 deu mais detalhes.

Em tempo: Segundo o Repórter Brasil, a Polícia Civil do Pará está investigando um atentado contra Maria Márcia de Mello, líder do assentamento Terra Nossa, na região de Novo Progresso, que denunciou recentemente a ação criminosa de grileiros e madeireiros. As tensões aumentaram em outubro, quando o Ministério Público Federal pediu ao INCRA a retirada dos invasores, muitos deles ligados a políticos e empresários do município, que ficou famoso no ano passado por conta do “Dia do Fogo”.

 

ClimaInfo, 14 de dezembro 2020.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

x (x)
x (x)