Pressão de investidores faz ExxonMobil assumir novas metas climáticas

ExxonMobil metas climáticas

A petroleira norte-americana ExxonMobil passou 2020 debaixo de críticas de investidores e ambientalistas por conta de sua estratégia de expansão da produção de combustíveis fósseis nos próximos anos, ignorando a dura realidade de um setor cada vez mais ostracizado por conta de seu impacto sobre o clima global. A pressão foi tanta que finalmente a empresa teve que dar o braço a torcer. Ontem (14/12), a Exxon anunciou que pretende reduzir a intensidade de suas emissões upstream (aquelas causadas pelo bombeamento de petróleo e gás do solo) em até 20% até 2025, além de reduzir a queima e os vazamentos de metano. Segundo a empresa, o compromisso seria “compatível” com as metas climáticas do Acordo de Paris

Comparado com outras petroleiras, especialmente da Europa, o compromisso da Exxon é risível, mas não inesperado. Há alguns meses, outra petroleira dos EUA, a Chevron, também anunciou metas similares voltadas à redução da intensidade das emissões, o que significa menos emissões por barril de petróleo produzido. Esse estratagema permite à companhia aumentar as emissões de carbono caso a produção de petróleo aumente. Como sugeriu o NY Times, a mudança do contexto doméstico nos EUA pode explicar parte desse movimento, já que o novo governo Biden deve ser muito mais exigente em termos de ação climática do que Trump, o que coloca mais pressão sobre o setor.

Bloomberg, Financial Times e Reuters destacaram o anúncio da Exxon.

 

ClimaInfo, 15 de dezembro 2020.

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