Mourão e Araújo reclamam de críticas de Macron ao peso do agro no desmatamento da Amazônia

macron soja amazônia

As declarações do presidente francês Emmanuel Macron, que sugeriu aos países europeus que criem uma alternativa à soja brasileira para evitar que esses fossem “cúmplices” do desmatamento na Amazônia, foi obviamente mal-recebida nos corredores de Brasília. No Palácio do Planalto, o vice-presidente Mourão rebateu a fala de Macron, argumentando que a produção de soja na Amazônia “é ínfima” dentro do total produzido pelo Brasil todos os anos. “Macron desconhece a produção de soja do Brasil. Nossa produção é feita no Cerrado ou no sul do país”, disse Mourão, que insinuou que o real motivo das críticas do francês é a necessidade política de defender os interesses dos produtores rurais da França.

Já o chanceler Ernesto Araújo recorreu ao Twitter para responder às críticas de Macron. Segundo ele, “o Brasil está pronto a demonstrar [sic] a todos os países europeus que o Acordo Mercosul/UE não ameaça o meio ambiente e, especificamente, que a soja brasileira não destrói a Amazônia”. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), por sua vez, foi menos diplomática. Em nota, o líder da FPA, deputado Alceu Moreira (RS), acusou Macron de “desespero em relação ao desenvolvimento sustentável que o Brasil alcança ano a ano” e reciclou dados distorcidos frequentemente usados pelo governo Bolsonaro para argumentar que o Brasil é o país que mais conserva o meio ambiente.

As reações no Brasil à fala de Macron foram repercutidas por BRPolítico, CNN Brasil, Estadão, G1, Poder360, Reuters e Valor.

 

ClimaInfo, 14 de janeiro de 2021.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

x (x)
x (x)