Inteligência artificial identifica árvores e estima impactos climáticos no Sahel

árvores no Sahel

O uso de tecnologia de ponta para identificar a dimensão da cobertura vegetal na África Ocidental está revelando um cenário que nem mesmo especialistas esperavam. Em áreas anteriormente registradas como tendo pouca ou nenhuma árvore, eles descobriram “algumas centenas de milhões”, disse ao Guardian Martin Brandt, da Universidade de Copenhague, um dos envolvidos nesse levantamento.

Cientistas de diversos países estão usando inteligência artificial, drones, satélites e supercomputadores para fazer um raio-X da cobertura florestal na região, com o objetivo de obter dados confiáveis sobre a situação dos ecossistemas locais e os impactos da mudança do clima e da degradação ambiental nessas áreas. Análises mais apuradas, in loco, são muitas vezes inviáveis nesta região, palco frequente de conflitos armados. À distância, a tecnologia está permitindo que pesquisadores tenham informações muito mais confiáveis e claras sobre a vegetação local. A partir dessas ferramentas, eles conseguiram contabilizar todas as árvores com um tamanho de copa de pelo menos 3 m2 em uma área de 1,3 milhão de km2 que compreende o Saara e o Sahel. No geral, eles detectaram mais de 1,8 bilhão de árvores.

Em tempo: Outro exemplo do uso da inteligência artificial para o meio ambiente está acontecendo na China. Segundo o Guardian, o escritório meteorológico do país realizou na semana passada o 1º voo de seu novo drone, o Ganlin-1. Ele faz parte de um projeto lançado em 2019 para aumentar a quantidade de chuvas e neve nas montadas de Qilian, que tem sofrido com repetidas secas. O Ganlin carrega sensores meteorológicos e catalisadores de semeadura de chuva, que são lançados no ar para catalisar o processo de formação de nuvens e, consequentemente, aumentar o volume de precipitação nessas áreas.

 

ClimaInfo, 18 de janeiro de 2021.

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