Biden deve cancelar polêmico oleoduto Keystone XL nos EUA

oleoduto Keystone

Contando as horas para finalmente assumir o comando dos EUA, o presidente-eleito do país Joe Biden pretende reforçar seu compromisso com a agenda climática desde o 1º dia de governo. Depois de confirmar que assinará o retorno dos EUA ao Acordo de Paris na próxima 4ª feira (20/1), Biden está estudando cassar a licença para o projeto do oleoduto Keystone XL, um dos projetos de energia mais polêmicos deste século no país. Estimado em US$ 9 bilhões, o projeto recebeu licença de Donald Trump em 2017, derrubando a restrição que tinha sido imposta pelo antecessor, Barack Obama. Proposto pelo governo do Canadá, o gasoduto pretende transportar petróleo da região de Alberta para o Nebraska. No entanto, ambientalistas, representantes indígenas e proprietários rurais locais questionam o projeto, que colocaria em risco as terras de seu entorno. Durante a campanha, Biden afirmou que pretendia rever a autorização presidencial para o oleoduto. Guardian, Reuters e NY Times deram mais detalhes.

Em tempo: A reação contundente da opinião pública norte-americana à invasão do Capitólio por vândalos “trumpistas” fez com que muitas empresas congelassem ou até mesmo requisitassem o ressarcimento de doações eleitorais para parlamentares e lideranças políticas republicanas que participaram do episódio. Nessa fuga, a indústria do petróleo foi uma das mais rápidas, com algumas empresas se distanciando ainda no dia 6/1, horas depois do ataque. No entanto, como The Intercept bem lembrou, muitas dessas companhias mantiveram contato direto e financeiro com grupos “trumpistas” por trás da campanha pós-eleitoral que buscava contestar os resultados da votação presidencial e, ao fim, impedir a posse de Joe Biden. Nessa mesma linha, vale a pena dar uma olhada também na análise da Heated sobre o financiamento que empresas de diversos setores seguem prestando aos negacionistas da mudança do clima nos EUA.

 

ClimaInfo, 19 de janeiro de 2021.

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