Biden planeja recolocar EUA no Acordo de Paris ainda nesta semana

Biden Acordo de Paris

Pouco mais de dois meses após ter sua saída formalizada do Acordo de Paris, os EUA devem voltar ao Acordo nos próximos dias, já sob a gestão do democrata Joe Biden. No último final de semana, o presidente eleito apresentou sua nova equipe científica e confirmou que um dos primeiros atos de seu governo, que começa nesta 4ª feira (20/1), será assinar o retorno dos EUA ao Acordo de Paris, revertendo a decisão de saída tomada por Donald Trump em 2017.

Como destacado pelo Washington Post, o anúncio da nova equipe científica de Biden na Casa Branca reforça a centralidade que a agenda climática deverá ter no próximo governo. Entre os nomes confirmados, estão o de David Hayes, que assumirá o posto de assistente especial do presidente para política climática, e Cecilia Martinez, que servirá como diretora sênior para justiça ambiental no Conselho de Qualidade Ambiental do governo norte-americano. No governo Obama, Hayes liderou os planos de desenvolvimento de energia renovável no Departamento do Interior e, desde então, atuava no Centro de Impacto Ambiental e Energia da Escola de Direito de Nova York. Martinez, por sua vez, é uma reconhecida defensora da justiça ambiental, com atuação marcante em diversas organizações sociais.

A equipe climática de Biden será chefiada pelo ex-senador e ex-secretário de Estado, John Kerry, na condição de enviado especial do presidente para o clima, e pela ex-diretora da Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos EUA, Gina McCarthy, como “czar” para política climática doméstica.

Guardian e Reuters também repercutiram os anúncios de Biden.

Em tempo: A petroleira francesa Total anunciou sua saída do American Petroleum Institute (API), principal organização do lobby fóssil nos EUA. A justificativa para a decisão, tomada pouco antes da posse de Biden, foi que as posições da API estariam apenas “parcialmente alinhadas” às da companhia. “Como parte de nossa ambição climática, estamos empenhados em garantir, de forma transparente, que as associações setoriais das quais fazemos parte adotem posições e mensagens alinhadas com as do Grupo no combate às mudanças climáticas”, explicou o CEO da Total, Patrick Poyanné, em nota. A notícia foi destacada por Bloomberg, Reuters e Washington Post.

 

ClimaInfo, 18 de janeiro de 2021.

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